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21 de ago. de 2008

DESTRINCHANDO O BACALHAU




Caros amigos do "É Penalti",


A coluna sobre o Vascão será hoje postada em data não habitual, pelo simples fato que eu não poderia me furtar ao dever de escrevê-la no dia de nosso aniversário. Sim, o dia 21 de agosto é a data de fundação do Clube de Regatas Vasco da Gama, no saudoso e longínquo ano de 1898, pelos 62 remadores que assim decidiram. É um clube com uma rica história, fruto de um compromisso com o desporto e com a honra de uma grande comunidade lusitana, exemplificado na construção de nosso maior patrimônio, o estádio Vasco da Gama.




Vasco da Gama, minha religião!

Assim, temos 110 anos de conquistas, lutas, vitórias. Temos também insucessos, mas eles fazem parte da vida tanto como as vitórias, sendo por vezes mais importantes pela sabedoria neles contida. Realmente, depois de sermos pioneiros na democratização do esporte ao aceitar jogadores negros e mulatos, e do profissionalismo, ao pagar aos atletas, diferentemente dos clubes tradicionais, hoje somos pioneiros na eleição de um ídolo para a presidência do clube. Roberto, estamos com você! Não ouça a oposição, tampouco os maledicentes.


Bom, a vantagem de escrever a coluna agora é também o fato de poder comentar mais uma vitória do nosso time (três seguidas, eu vou acabar mal-acostumado!), que venceu o clássico lusitano contra a Portuguesa. Sobre o jogo, podemos afirmar que foi disputado em um dos piores campos que eu já vi na vida, onde a bola não parava no pé de ninguém, e sobravam chutões. Menos mal que a nossa zaga não chutou nenhuma na direção errada (até chutou, mas não houve gol) e conseguiu a inédita marca de dois jogos sem tomar gol, o que é uma vitória heróica.


Temos realmente de parabenizar a dupla dos luízes (Jorge e Eduardo) que não comprometeu, bem como Jonílson, que se sentiu em casa naquele rachão que foi o jogo, mas correu o tempo todo e dominou o meio campo (um jogo dominado pelo Jonílson não pode ser bom, vocês não acham?). Temos também de louvar a dupla Mádson (o f#*$@#oda) e Alex Teixeira (autor do bonito gol em jogada individual), corroborando o que eu havia dito no nono programa (ouçam com atenção, meus caros!), de que o time só tem a ganhar com esses dois no meio. E que o pipoqueiro se dane!


O time demonstrou maior aplicação tática, realmente fechando os espaços no meio e nas pontas. A zaga está jogando o básico, com bastante chutões para os lados, mas na lateral tivemos uma cobertura maior que de costume. O Edu, principalmente, e o Vágner Diniz tiveram boas participações na defesa, com o Vágner só sendo liberado no fim, quando o Vasco adotou o sistema de 3 zagueiros, com a entrada do Vílson.


O meio esteve bastante brigador, com o sempre disposto Jonílson, e com uma razoável atuação do Rodrigo Antônio, que saiu mais para o jogo ( e poderia ter aberto o placar no0 primeiro tempo, se não demorasse tanto para dominar uma bola cruzada na área). Somente Marquinhos destoou um pouco, mas nada que ficasse muito abaixo dos companheiros. E Alex sobrou em campo, como também sobraram pancadas em cima dele, que saiu com um grande hematoma na perna.


Aliás, como apanhou o Mádson! Levou diversos coices (das mulas da lusa), mas sempre levantava. Essa é uma grande característica sua: além de correr muito e ser habilidoso, ele não desiste das jogadas. E se perde a bola, corre que nem um louco para retomá-la. Allan Kardec é que esteve discreto hoje, talvez lendo a si mesmo. Jean e Edmundo entraram no final, mas mais para prender a bola e repôr as saídas da dupla meio-campista.


Marechal Tita começa a ter o time nas mãos. Tal fato fica evidenciado nas declarações de apoio dessa semana, cmo as de Jean e Allan Kardec, enaltecendo o esquema e o estilo do treinador. Os jogadores estão mais empenhados, e seguindo um plano de jogo minimamente organizado, o que não acontecia na era Lopes. Este essa semana não gostou das declarações e retrucou, apesar de todos os jogadores terem falado bem dele. Mas ninguém falou bem do seu 3-5-2 que, segundo os jogadores, não é tão fácil de seguir como o 4-4-2 de Tita.


Essa semana temos várias especulações acerca de reforços, que vão desde Márcio Careca do Barueri, passando por Júnior e chegando até, pasmem, a Ricardinho, ex-corínthians. Cara, é muita coisa, principalmente esse último, que não vê a cor da bola há muito tempo. Eu só peço a Dinamite um pouco de malandragem. E muita calma nessa hora!


Mas a especulação que me faz mais feliz é a de Pedrinho, que deveria ter sido anunciado hoje, como presente à torcida, mas que ainda não foi encaminhada. É um dos jogadores mais azarados que eu conheço, pois a sua grande habilidade foi acompanhada de diversas contusões sérias, que lhe valeram a alcunha de "Podrinho".


Vale a pena sim, pois o Vasco está sem meias armadores. Com Leandro Bonfim no estaleiro, ficamos perdidos se Alex ou Mádson se machucarem. Hoje não havia um meia de origem no banco (não posso considerar Bruno Gallo ou Mateus para tais lugares), e a presença de Pedrinho teria um efeito positivo no clube, pelo seu histórico lá, e pela própria superação pessoal às lesões da carreira. Ele poderia conversar com a molecada de lá, talvez, e passar alguma coisa de útil.


É melhor que ficar ouvindo à preleções do Edmundo, como ele falou essa semana que prefere antes dos jogos. Amigo, ouvir palavras de incentivo do Edmundo deve ser tão profundo como uma aula de matemática da Luciana Gimenez, ou uma palestra da mulher melancia sobre a história dos movimentos sociais no país !(que fique bem claro que estou falando apenas do q.i das distintas figuras femininas, já que seus outros atributos tornariam a palestra divertida, com certeza, bem como atrativa)


Bom, por hoje está de bom tamanho, e ficaremos na espera de novidades da colina mais famosa (e vitoriosa) do país, que com certeza virão em profusão.

Aquele abraço tenro como bacalhau,

Michel Goldmacher

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